quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

Os paramentos litúrgicos na perspectiva dos Arautos do Evangelho

Com a primeira ordenação sacerdotal, ocorrida a 15 de junho de 2005, na Basílica do Carmo, em São Paulo, um novo alvo de curiosidades, admiração e entusiasmo despontou para os jovens Arautos do Evangelho: as vestes litúrgicas.





Sob a orientação e o incentivo do Mons. João Clá Dias, Fundador dos Arautos do Evangelho, o setor encarregado dos paramentos procura seguir o conselho de Nosso Senhor Jesus Cristo “Sede perfeitos como vosso Pai celeste é perfeito”(Mt 5, 48), fazendo jus aos ensinamentos do grande São Pedro Julião Eymard: “Haverá algo de mais honroso, com efeito, que ver o dom de nossa piedade, o trabalho de nossas mãos, tornar-se coisa sagrada, gloriosa a Deus, e servir de veste a Jesus Cristo?”
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Devido a esse crescente interesse por parte dos mais jovens, procuraremos transmitir aqui algumas noções da “história” dos paramentos ao longo dos tempos, bem como seu desenvolvimento constante dentro dos Arautos do Evangelho.



A origem
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Os trajes oficiais do culto cristão, ao contrário do que muitos pensam, têm uma origem orgânica e simples.
As perseguições ao cristianismo dos primeiros tempos fizeram com que a Igreja nascente fosse marcada pelos magníficos testemunhos de fé dos mártires, ao lado de uma elementar prudência. Desse modo, as catacumbas passaram a ser os recônditos mais seguros para os cristãos e as cerimônias e os dogmas da fé eram ocultados aos pagãos. Evidentemente, no vestuário a vigilância não era menor: sob esse aspecto, os eclesiásticos em nada se distinguiam dos leigos, pois assim se evitava que os agentes governamentais descobrissem quem eram os ministros de Deus.








Existiam duas modas básicas entre os romanos de então. Para os homens, havia a túnica, que podia ser com ou sem mangas e a toga, um tipo de capa que passava sob o braço direito e cobria o ombro esquerdo.








Para as mulheres, as roupas eram semelhantes às masculinas, mas o manto e a túnica — que nesse caso recebia o nome de stola — eram de tecidos superiores e possuíam muitos enfeites. A princípio somente as mulheres usavam a stola, mas com o tempo veio a ser comum também aos homens.





É muito provável que as vestes usadas durantes as funções sacras pouco ou nada diferiam das que eram usadas na vida particular, acima descritas.





No século VI, os romanos adotaram para si o trajar dos invasores bárbaros, sob os quais estavam sujeitos, passando a usar a veste curta (sagum), ao passo que a Igreja permaneceu fiel aos antigos usos. Assim, tanto a batina quanto os paramentos não foram uma inovação eclesiástica, mas uma conservação dos trajes dos antepassados.





Com essas breves noções de suas origens, torna-se mais fácil compreender o significado das vestes litúrgicas.
[1] SÃO PEDRO JULIAO EYMARD, Escritos e Sermões, A divina Eucaristia, vol. 5, 1932.
[2] DOUTRINA CATÓLICA, Manual de Instrução Religiosa vol. III, 1949.